Não tão distante dali... (antes e depois) ela
observava palavras.
(Conceição do Rio Verde, MG, hoje pela manhã.)
Hoje foi um daqueles dias em que o passado, bom e velho
amigo, veio me visitar. (“Entra, senta um pouquinho!”) Passos se alongando
calçada e portão adentro até o sofá.
“Ela o amava tanto...”
“Ele disse que ela era sua alma gêmea e nunca vai
amar alguém assim!”
“Ele foi o grande amor da sua vida.”
“ESSA é a verdade!”
Copo, dedos, água (ao convidado o que mais
servir?), a cota fluida de emoções vertendo-se lábios adentro e afora (sem
pausa!) na pequena peça de vidro, na superfície translúcida e plástica, na umidade
do barro e da conversa.
Não muito tarde, tranca-se o portão, fecha-se a
porta. De um lado e de outro, olhos e lábios (agora) também se fecham. Palavras
dentro.
Roberta Nogueira
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