sexta-feira, 1 de novembro de 2013

AS AMIZADES E O MEU TEMPO

                                                                                      Por Dorothy Coutinho


Hoje, com uma razão especial, 69 anos não é pouco, vou homenagear aqueles e aquelas que têm estado comigo.Falo das opções que venho fazendo, até sem saber, para ser feliz ou para destruir. É assim.. Recusei ter um parceiro na vida a quem não pudesse contar como amigo, porque os amigos fazem parte do meu alicerce emocional que a passagem do tempo me concede. Falo daquela pessoa para quem posso telefonar, não importa onde ela esteja nem a hora e dizer: “estou mal, preciso de você”. E ela estará comigo ao telefone o tempo necessário para que eu me recupere, me reencontre, me reaprume, não me mate, seja lá o que for.

Menos expansiva e mais reservada tive sempre muitos conhecidos e poucas, mas reais amizades, dessas que formam, com a família, o chão sobre o qual posso caminhar e, para as quais eu sou apenas eu: pessoa com manias e brincadeiras, eventuais tristezas, erros e acertos; hoje com alguns bônus, alguns créditos sem o ônus do ciúme já que a amizade é um meio-amor, o que cá entre nós é uma bela vantagem. Ser amigo é rir junto, é dar o ombro para chorar, é poder apresentar o namorado, é poder aparecer de tênis furado, é poder até brigar e voltar, sem ter de dar explicação.

Amigo, amiga é um dom incrível. Quando o destino conspirava contra, tirando de baixo de mim todos os tapetes fazendo com que eu perdesse o prumo, o rumo, o sentido de tudo, foram os amigos, as amigas e as minhas filhas ainda jovens, mas, já reveladas amigas, que seguraram as pontas. Aguentei e continuei amando a vida e as pessoas e a mim mesma, o suficiente para não ficar amarga, pois além de acreditar no mistério de tudo  eu tinha aqueles amigos. Com eles, sem grandes conversas nem palavras explícitas, aprendi solidariedade, simplicidade, honestidade, e carinho.

Dedico esse texto às pessoas que mesmo quando estou cansada, estou burra, estou irritada ou desatinada, e, sem precisar me sacrificar, nem compreender, nem perdoar, nem fazer malabarismos, nem inventar desculpar, nem esconder rugas ou tristezas eu posso simplesmente SER.

Às Níveas, toda a gente da grande família, Sal, Nil, Silvia, Isolda, AnaM, Edith, Rui, Fátima, Lena, Aida, Darcy, Ari, ZéLu, Sossô, VetMárcia, Zecão, Chapa, e alguns (muitos) dos que já “pediram pra subir”.


Dorothy
3l.out.2013  


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