quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ano Novo



                                                                                                                         
                                                                                                   por Beni Alcântara  


Primeiro dia do ano para nós ocidentais. Dia da Confraternização Universal. Dia de se comer o último peru. Peru francês, Restô dontê, resto de ontem, ou japonês, Soborô, o que sobrou, ou o tradicional RO, as sobras do dia anterior. Finalmente terminaram as festas de dezembro, as comemorações de Natal que se iniciam no começo do mês. Nasceu o Ano Novo, e haja fogos , comidas, bebidas, gritos, abraços e muita alegria. Quando o ano nasce à meia noite e abre os olhinhos e vê aquelas caras de sempre com sorrisos largos, vozes pastosas, copos na mão ele grita: De novo! Socorro! Eu quero a minha mãe! E pensa: Por que este povo fica tão feliz com o meu nascimento e só me deixa viver um ano! Por que eu não tenho o direito de crescer de viver uma vida inteira?Que grande sadismo!
A propósito! Quem é a mãe do Ano Novo? Com certeza é a Esperança. Pois dona Esperança, tome conta do seu bebê. Alimente-o com leite materno, dê papinhas, sopinhas, troque as fraldinhas na hora certa, não negligencie quanto a isso. Existe ano novo que com três meses está cheirando mal. Dê amor e carinho a este filho e cuide da parte afetiva. Não permita que o assassinem antes de completar o seu destino, um ano de vida.
Hoje amanheci pensando nisso. Em 2013 completo 67 anos. Quantos anos novos eu fiz nascer e quantos eu matei antes do tempo? Este 2013 que nasceu ontem eu vou deixá-lo viver. Viver enquanto vida eu tiver. Quem sabe ele chegue a adolescência! Em 2014 ele fará apenas mais um aniversário e assim sucessivamente, com fogos, festas, comidas, copos na mão e muita alegria. Vou cuidar deste ano novo tão festejado. Não vou mais perder tempo esperando por outro ou outros. Todos os meus sonhos daqui pra frente terão nele o ponto de partida. Ele me bastará, mas vou levar comigo acorrentada, a mãe dele, dona esperança, afinal foi ela quem o pariu e tem a obrigação de me ajudar a criá-lo uma vez que o adotei como meu. A vida é um mistério. O dia de amanhã uma incógnita. O Ano Novo um presente. Este presente não será descartado como foram tantos outros. Portanto meus amigos eu vos apresento o meu bebê 2013 que vai crescer em idade e sabedoria e a cada janeiro ficará mais forte, mais maduro, mais consciente, mais solidário, mais paciente, e com toda a certeza mais humano, e consequentemente muito mais feliz. Feliz Ano Novo para todos.


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