Gosto de inventar histórias. Também
gosto de observar, e do meu jeito transcrever o que estamos fazendo da vida.
Logo cedo percebi que questionar as
coisas dá trabalho. Tudo começa a se resumir: nascer e mais tarde trabalhar
para arcar com dívidas financeiras e emocionais, lutar para se enquadrar mesmo
que em modelos absurdos que nos são impostos.
Às vezes até produzimos algo positivo
como a família.Começam as contradições da nossa
cultura: cadê tempo e disposição? Era tão bom quando os filmes duravam no
máximo duas horas!
Com a vida apressada e compactada
passamos a ver em cada livro um livrão! Se ele tiver mais que 200 páginas
então, eu não chego nem perto: um tijolaço! Desagradável até para segurar...Também não gosto de me estender demais
nos restaurantes, em festas ou fora da minha casa ou fora da minha rotina.
Na prática, me tornei menos paciente.
Não lido com situações que se arrastam, com falta de objetividade, com rodeios,
com gente que leva dez minutos para dizer o que pode ser dito em dois, ou que
perde horas ao telefone sem chegar ao ponto, novelas, etc.
E então, parar para pensar? – Nem
pensar!
Com as contradições chegam angústias:
cozinhar? Nunca foi tão chique. Mas comer é proibido por que engorda ou aumenta
o colesterol. Sexo? Bom demais. Mas estamos tão exaustos! Nessa correria passou a ser um luxo
parar para pensar, para refletir e deletar algumas coisas.
Deveríamos estar usufruindo do café
com o pãozinho, sem pressa, com calma, dando um tempo para que as coisas se
desenvolvam.
Mas...e se for ilusão? – vamos perder
tempo, o ônibus vai passar, o bar vai fechar, a festa vai acabar, o dinheiro
vai evaporar, o marido vai se mandar, e os filhos... melhor nem falar!
Entra em cena a bolsinha filial da
farmacinha doméstica contendo a pílula para dormir e a outra para acordar, a
pílula contra depressão que nos tira a libido e a outra para compensar o
prejuízo quando nos rouba a naturalidade e ainda tem aquela que ninguém sabe
para que serve, mas que todo mundo toma!
Medicados, padronizados, desesperados,
medíocres ou heróicos, amorosos ou perversos, nos achando o máximo ou o lixo,
seguimos com a mala grande da culpa.
Por vezes dou a impressão de ter sido
abduzida por esse mundo que não enaltece o prazer da entrega à reflexão. Paro
para refletir e vejo que somos apenar humanos, e que nisso tudo existe alguma
grandeza, mesmo subindo pelo lado errado da escada rolante.
E para provar que não sou um caso
totalmente perdido, algumas coisas ainda aprecio que sejam longas: a capacidade
para o bom humor e uma boa transa, claro!
Dorothy Coutinho
Curtí!!!!
ResponderExcluirFeliz Ano Novo.
Que em 2013,tenhamos tudo de melhor que não tivemos em 2012,inclusive fé.
Amém! :) Um ano feliz para todos nós, Ellen querida!
ResponderExcluirBjs carinhosos.
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