sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Beni Alcântara em "O Fim do Mundo!"





Já amanheceu no Japão e o mundo não acabou! Eu estava doida que acabasse para ver onde iam se acomodar Sete bilhões de almas penadas.Sete bilhões direto para a eternidade num único dia! O Administrador ia enlouquecer. Menino gritando, adulto berrando, velhos resmungando, todo mundo procurando um canto para se acomodar. São Pedro desesperado para organizar a fila e separar os destinados ao céu e ao inferno. O cão preocupado em atiçar as caldeiras para que não se transformassem em simples lareiras! Com tanta gente chegando de uma vez só até o inferno ia virar um inferno! Era o jeito despachar almas para os anéis de Saturno, luas de Júpiter, para Marte, Vênus e confins do Universo. Tudo na vida tem que ser administrado, até o fim do mundo!
O mundo não pode se acabar de uma vez. Tem que ser aos poucos, como a humanidade vem fazendo. Matando o próprio irmão, destruindo as florestas, contaminando as águas, exterminando espécies, sem pensar que este lindo e único planeta azul é a sua casa. Aí quando a casa estiver destruída a espécie humana não vai sobreviver. Logo a espécie humana a única com inteligência. Nós somos a inteligência cósmica. Somos? Como, se acreditamos no fim do mundo num único dia e esquecemos do dia a dia destruindo o mundo?
O que nós somos e para onde vamos é que eu gostaria de saber! E eu que pensei que a televisão fosse transmitir toda a catástrofe, começando pelo Japão! Preparei pipoca, queijos e vinhos e nada aconteceu. Estou tão decepcionada!






Nas palavras da própria autora: "Nasci em Sobral. Casada, três filhos, duas netas e um outro quase chegando. Escritora para alguns, escrevente para outros. Alegre, comunicativa e cheia de vida."
Beni Alcântara


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